2020: E AGORA BNCC?
CURRÍCULO OFICIAL X CURRÍCULO REAL
Todos os anos, eu me vejo conversando com amigos, colegas ou meros conhecidos sobre o tempo e sempre, eu disse SEMPRE, concordamos que o tempo voa. "Já é julho!" "Já é novembro!" "Esse ano passou voando!" Mas este ano é diferente. É incrível como recém estamos em abril. Eu já estava pensando na fogueira de São João e então percebi que ainda faltam mais de dois meses.
Uau! Este ano de 2020 concorre a ficar pra memória como o ano mais longo da História (com o perdão do trocadilho, brilhantíssima Marisa Monte).
Vivemos em um pais no qual, até uns dias atrás, não faltavam "especialistas da arte opinativa educacional que nunca assistiram uma única aula de pedagogia" (veja meu post do mês passado). Em janeiro deste ano, passou a vigorar a Base Nacional Comum Curricular para que as escolas brasileiras abordassem conteúdos semelhantes nas mesmas séries (o que é ótimo). As aulas começaram em fevereiro, foram suspensas em março e, em abril, o pessoal do início do parágrafo começou a reparar que ser professor não é tão simples quanto parecia. E não há previsão de retomada das aulas antes de maio.
Ou seja, aquele um ano letivo que já era um prazo desafiador para colocar a BNCC em dia, vai se reduzir à metade. Você consegue ter noção do impacto que é isso para um professor ou uma professora das séries iniciais do Ensino Fundamental?
E instigo mais: será possível implementar efetivamente a BNCC em 2020 com excelência?
Em 2010, no texto “Currículo, cultura e cotidiano – algumas notas a partir de
estudos das formações curriculares na contemporaneidade”, a autora Maria Inêz
Salgado de Souza já abordava as diferenças entre o "currículo oficial" e o "currículo real":
TÓPICOS
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CONSIDERAÇÕES
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Quais são as diferenças entre o “currículo real”
e o “currículo oficial”?
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“Currículo real” é o praticado em sala de aula
através da autonomia dos professores que, em muitos casos, desconsideram a
realidade dos estudantes. “Currículo oficial” é o prescrito previamente para
ser trabalhado na disciplina.
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Qual a relação entre currículo e cultura
apresentada pela autora?
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Para a autora, levar em consideração a cultura
dos alunos contribui para a inclusão deles, incorporando uma “posição
política contra-hegemônica”. Permite aos estudantes se sentirem mais
familiarizados com o conteúdo, facilitando a aprendizagem.
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Quais as conclusões da autora?
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A cultura e o cotidiano são fundamentais para o
enriquecimento do currículo e o engajamento escolar, desde que se atente para
os critérios educacionais, evitando-se um ensino restrito a esses dois
aspectos.
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Deixo aqui uma questão para reflexão:
De que forma você, enquanto parte da sociedade, pode ajudar a escola do seu filho/neto/sobrinho/bairro quando as aulas presenciais forem retomadas a fim de que esse ano letivo de 2020 seja bem produtivo para nossas crianças e adolescentes?
Comente aqui sua sugestão. Quem sabe essa não é a ideia que alguém do outro lado do Brasil está precisando?
E deixo aqui o link do artigo de Maria Inêz Salgado de Souza:
Um grande abraço!
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