segunda-feira, 18 de maio de 2020

VAMOS CUIDAR DA NOSSA EMPATIA?



Caro leitor ou leitora.

Como você está?

Você já parou em frente ao espelho para se fazer essa pergunta: como eu estou? Fisicamente. Emocionalmente. Socialmente. Espiritualmente.

Trago aqui essas divagações para que possamos nos questionar sobre algo mais profundo: como eu me comporto em relação às outras pessoas?

Conhecer-se e saber como se está é fundamental para responder a esta última pergunta.

Vivemos um tempo de isolamento social que esperávamos ser de poucas semanas e se arrasta há meses. As “pseudoférias”, tão comemoradas por alguns no início, aos poucos foram se tornando para muitos o “martírio da convivência familiar”. Isso sem falar nas pessoas que moram sozinhas.

Nas últimas semanas, eu tenho lembrado das aulas de História Contemporânea na faculdade, quando estudando sobre a Primeira Guerra Mundial foi vista a questão da mudança de comportamento na sociedade europeia na qual, em 1914, muitas pessoas, especialmente na França, Alemanha e Inglaterra, comemoravam a ida das tropas para as primeiras batalhas pois imaginavam que a guerra duraria semanas ou alguns meses. Mas ela durou quatro longos anos e o senso comum das sociedades envolvidas mudou muito com isso.

Hoje, na nossa realidade, aos poucos algumas atividades estão retornando aqui e ali e sempre aparece a pergunta mais ansiosa de todas (principalmente entre aqueles que têm criança em casa): quando é que vão recomeçar as aulas nos colégios, hein?

Sinceramente, não sei. Mas de uma coisa eu tenho plena certeza: a resposta para aquela pergunta vai fazer toda a diferença na vida dessas crianças quando as aulas presenciais forem retomadas.

Como eu me comporto em relação às outras pessoas?

Como eu me comporto em relação àqueles que possuem opinião contrária à minha neste momento? Como eu me comporto em relação àqueles que têm atitudes que me incomodam? Por que me sinto incomodado ou incomodada om essas atitudes?

E mais: voltarão às escolas os mesmos estudantes dos quais nos despedimos?

Essa resposta eu tenho com certeza: não!

Crianças e adolescentes mudam muito rapidamente (as férias de verão deixam isso evidente) e, numa situação atípica como a que estamos vivendo, mais ainda.

Recentemente eu li A carícia essencial: uma psicologia do afeto, de Roberto Shinyashiki, uma obra de mais de trinta anos e que soa tão adequada a este momento na qual o autor, através de muitos estudos, nos fala que todos os seres humanos têm necessidade de carícias e que qualquer estímulo, mesmo que negativo, é importante e a falta de estímulo pode enlouquecer o indivíduo.

Na obra, também fala que cada indivíduo tem necessidade de um tipo diferente de carícias. E aqui entro com a questão da mudança em tempo atípico: os estudantes aos quais nos habituamos e que mais ou menos já sabíamos como costumavam se comportar, podem retornar às salas de aula completamente diferentes, com “fomes de outros tipos de carícias”.

Mimos recorrentes, impaciência, agressividade, necessidade constante de falar e ser ouvido, ansiedade e outros tantos comportamentos “diferentes do usual” são sinais claros de “fomes de outros tipos de carícias”.

E novamente eu trago aqui aquela pergunta: como eu me comporto em relação às outras pessoas? Em relação a essas pessoas que voltaram tão diferentes? O quanto eu também mudei para elas?

Como eu, você e as pessoas ao nosso redor, educadores, pais, mães, avós, motoristas das vans escolares e todos os demais direta ou indiretamente envolvidos no retorno estamos nos comportando em relação aos outros?

Deixe aqui embaixo o seu comentário. Divulgue este blog.

Gratidão e abração!

5 comentários:

  1. Muito bom, Cissa. Importantes reflexões nestes tempos difíceis... Grande abraço.

    ResponderEliminar
  2. Pois, concordo que viveremos o pós guerra. A pandemia nos colocou em estado de guerra. Não há como sermos iguais a antes, pelo bem, não devemos ser. Quem sobrevive sai fortalecido, espero! Veremos. Parabéns pela reflexão! Obrigada pelo texto. Abraço

    ResponderEliminar
  3. Com certeza não sairemos dessa guerra mundial iguais uns sairam mais fortes outros mais frageis outros mais agressivos enfim é difícil saber como cada um vai sair depende muito de como cada im consegue lidar com o novo, sim td isdo foi novo para o mundo a esperança fica com cada um de como saber lidar com td isso e a fé em Deus

    ResponderEliminar
  4. Parabéns, ótima reflexão! Sempre com esta mente brilhante!

    ResponderEliminar