VAMOS CUIDAR DA NOSSA EMPATIA?
Caro leitor ou leitora.
Como você está?
Você já parou em frente ao espelho para se fazer essa
pergunta: como eu estou? Fisicamente. Emocionalmente. Socialmente.
Espiritualmente.
Trago aqui essas divagações para que possamos nos questionar
sobre algo mais profundo: como eu me comporto em relação às outras pessoas?
Conhecer-se e saber como se está é fundamental para
responder a esta última pergunta.
Vivemos um tempo de isolamento social que esperávamos ser de
poucas semanas e se arrasta há meses. As “pseudoférias”, tão comemoradas por
alguns no início, aos poucos foram se tornando para muitos o “martírio da
convivência familiar”. Isso sem falar nas pessoas que moram sozinhas.
Nas últimas semanas, eu tenho lembrado das aulas de História
Contemporânea na faculdade, quando estudando sobre a Primeira Guerra Mundial
foi vista a questão da mudança de comportamento na sociedade europeia na qual,
em 1914, muitas pessoas, especialmente na França, Alemanha e Inglaterra,
comemoravam a ida das tropas para as primeiras batalhas pois imaginavam que a
guerra duraria semanas ou alguns meses. Mas ela durou quatro longos anos e o
senso comum das sociedades envolvidas mudou muito com isso.
Hoje, na nossa realidade, aos poucos algumas atividades
estão retornando aqui e ali e sempre aparece a pergunta mais ansiosa de todas
(principalmente entre aqueles que têm criança em casa): quando é que vão
recomeçar as aulas nos colégios, hein?
Sinceramente, não sei. Mas de uma coisa eu tenho plena
certeza: a resposta para aquela pergunta vai fazer toda a diferença na vida
dessas crianças quando as aulas presenciais forem retomadas.
Como eu me comporto em relação às outras pessoas?
Como eu me comporto em relação àqueles que possuem opinião
contrária à minha neste momento? Como eu me comporto em relação àqueles que têm
atitudes que me incomodam? Por que me sinto incomodado ou incomodada om essas
atitudes?
E mais: voltarão às escolas os mesmos estudantes dos quais
nos despedimos?
Essa resposta eu tenho com certeza: não!
Crianças e adolescentes mudam muito rapidamente (as férias
de verão deixam isso evidente) e, numa situação atípica como a que estamos
vivendo, mais ainda.
Recentemente eu li A
carícia essencial: uma psicologia do afeto, de Roberto Shinyashiki, uma
obra de mais de trinta anos e que soa tão adequada a este momento na qual o
autor, através de muitos estudos, nos fala que todos os seres humanos têm
necessidade de carícias e que qualquer estímulo, mesmo que negativo, é
importante e a falta de estímulo pode enlouquecer o indivíduo.
Na obra, também fala que cada indivíduo tem necessidade de
um tipo diferente de carícias. E aqui entro com a questão da mudança em tempo
atípico: os estudantes aos quais nos habituamos e que mais ou menos já sabíamos
como costumavam se comportar, podem retornar às salas de aula completamente
diferentes, com “fomes de outros tipos de carícias”.
Mimos recorrentes, impaciência, agressividade, necessidade
constante de falar e ser ouvido, ansiedade e outros tantos comportamentos “diferentes
do usual” são sinais claros de “fomes de outros tipos de carícias”.
E novamente eu trago aqui aquela pergunta: como eu me
comporto em relação às outras pessoas? Em relação a essas pessoas que voltaram
tão diferentes? O quanto eu também mudei para elas?
Como eu, você e as pessoas ao nosso redor, educadores, pais,
mães, avós, motoristas das vans escolares e todos os demais direta ou
indiretamente envolvidos no retorno estamos nos comportando em relação aos
outros?
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Gratidão e abração!
Muito bom, Cissa. Importantes reflexões nestes tempos difíceis... Grande abraço.
ResponderEliminarMuito legal esposa Ceci
ResponderEliminarPois, concordo que viveremos o pós guerra. A pandemia nos colocou em estado de guerra. Não há como sermos iguais a antes, pelo bem, não devemos ser. Quem sobrevive sai fortalecido, espero! Veremos. Parabéns pela reflexão! Obrigada pelo texto. Abraço
ResponderEliminarCom certeza não sairemos dessa guerra mundial iguais uns sairam mais fortes outros mais frageis outros mais agressivos enfim é difícil saber como cada um vai sair depende muito de como cada im consegue lidar com o novo, sim td isdo foi novo para o mundo a esperança fica com cada um de como saber lidar com td isso e a fé em Deus
ResponderEliminarParabéns, ótima reflexão! Sempre com esta mente brilhante!
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